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Tecnologias e Práticas Essenciais
para Pessoas com Deficiência Visual

Hoje, as pessoas com deficiência visual podem recorrer a várias tecnologias e adaptações que lhes alargue o acesso a espaços, cultura e informação. Desde recursos auditivos a apoios de mobilidade, e ainda sistemas de linguagem próprios, heis os recursos mais contemplados por famílias, escolas, e cidades, conscientes às necessidades destes cidadãos.

Braille

Descubra o sistema tátil de escrita e leitura criada por Louis Braille, e saiba que aplicação tem no ensino, desde a literatura, à música e matemática.

Criado por Louis Braille em 1809, o Braille é um sistema tátil de escrita e leitura desenvolvido para pessoas cegas ou com baixa visão. Consiste em combinações de pontos em relevo dispostos em células, formando letras, números e símbolos. Cada célula contém seis pontos dispostos em duas colunas verticais de três pontos cada.

Os utilizadores percorrem o texto com os dedos, interpretando a disposição dos pontos para identificar caracteres e palavras. Este método proporciona independência e acesso à informação escrita, permitindo que os indivíduos com deficiência visual comuniquem e leiam de forma eficaz.

Existem tanto máquinas de escrever como também impressoras de Braille. A Perkins Brailler é a máquina de escrever manual em braille mais usada em todo o mundo, permanecendo quase inalterada desde a sua criação em 1951.

As escolas de referência para alunos cegos e com baixa visão, inseridas na rede escolar pública, estabelecidas pelo Ministério da Educação português são destacadas principalmente pela capacidade de providenciar tais equipamentos, desde máquinas manuais e manuais em Braille, impressoras, scanners e ainda docentes especializados no sistema tátil.

Disciplinas que exigam outras linguagens, como a matemática ou a música, levaram também ao desenvolvimento de outros sistemas de Braille.

Por exemplo, o Código Nemeth é um sistema especial de Braille desenvolvido por Dr. Abraham Nemeth em 1946 para notações matemáticas e científicas. Permite a transcrição de documentos nessas áreas, incluindo aritmética, álgebra, geometria, trigonometria e cálculo. Hoje, o Código Nemeth encontra-se disseminado em várias ferramentas de apoio para pessoas com deficiência visual, desde os computadores às máquinas de escrever Perkins Brailler. A Freedom Scientific oferece material de estudo autodidata gratuito para aprender e aprimorar habilidades no Código Nemeth.

Já o Braille para música é uma notação tátil desenvolvida para permitir que pessoas cegas ou com baixa visão possam ler e compreender partituras musicais. Semelhante ao Braille tradicional, utiliza símbolos em relevo dispostos em células, representando notas, ritmos e outros elementos musicais. Esta notação oferece a possibilidade de músicos com deficiência visual interpretarem e executarem peças musicais com precisão e expressividade, contribuindo para a inclusão e participação plena de indivíduos no universo musical.

Audiodescrição

Saiba como os vários contextos culturais, digitais e educativos podem traduzir elementos visuais em audiodescrição.

A audiodescrição é uma ferramenta que transforma imagens em palavras, proporcionando acesso a cenas de filmes, fotografias, peças de teatro, obras de museus e eventos para pessoas cegas ou com baixa visão. Embora seja direcionada principalmente para um público com deficiência visual, este recurso também beneficia pessoas com outras deficiências e pessoas idosas. 

A audiodescrição tem como objetivo tornar a experiência de consumo de conteúdo o mais autónoma possível. Tentando eliminar a necessidade das pessoas com deficiência visual terem sempre um acompanhante, a audiodescrição permite que os utilizadores interpretem as informações de forma independente, já que as descrições são objetivas e imparciais, sem incluir julgamentos de valor.  

Podendo ser utilizado em contextos culturais, de educação e de entretenimento, o recurso da audiodescrição apresenta várias formas de aplicação. Pode ser integrado ao áudio original de filmes, disponibilizado por meio de fones distribuídos em teatros e museus, como também, no caso de livros digitais, se pode aceder por meio de texto narrado por leitores de tela, entre outras opções.

Nas redes sociais, a inclusão é promovida através do uso crescente de hashtags como #pratodosverem, demarcando conteúdo que fornece descrições de imagens. Assim se pretende contribuir e tornar a internet mais acessível a todos. 

Bengalas

Descubra qual a função destes instrumentos cruciais para a mobilidade de pessoas com baixa visão ou cegueira.

As bengalas são instrumentos cruciais para a mobilidade de pessoas com deficiência visual. Fabricadas em materiais como alumínio e polietileno, apresentam uma estrutura dobrável composta por cabo, haste e ponteira. Diferentes tipos de bengalas atendem a diversas necessidades, desde a deteção de obstáculos à sinalização de visão parcial.

As cores também desempenham um papel significativo, conforme se apresentam na haste. A bengala branca é universalmente reconhecida como símbolo internacional da cegueira e baixa visão desde 1921. No entanto, quer em Portugal, quer no Brasil, existem outras cores que fazem importantes distinções de modo a consciencializar a população de diferentes graus de visão ou audição. Uma bengala listrada de vermelho e branco indica surdo-cegueira, enquanto uma bengala verde indica baixa visão.

Obstáculos também podem ser pontos de referência, no entanto, importa ter em atenção que a bengala detecta obstáculos no chão, mas não ao nível da cabeça. Cabe às entidades públicas garantir a segurança, evitando objetos ao nível da cabeça.

É possível encontrar este instrumento em várias lojas de acessibilidade e saúde, físicas ou online.

Cães-guia

Conheça o serviço que estes companheiros prestam a pessoas cegas ou com baixa visão, e saiba as cautelas gerais que se deve considerar perante o auxílio prestado.

Cães-guia são parceiros essenciais para pessoas cegas ou com baixa visão, proporcionando independência e mobilidade. Preferencialmente da raça Labrador, são criados e treinados durante cerca de dois anos, com o intuito de ajudar a pessoa cega a deslocar-se em segurança. Em Portugal, os utilizadores têm o direito legal de aceder a transportes e locais públicos com os seus cães-guia.

Em Portugal, existe uma única escola de cães-guia para cegos, a com vinte anos de experiência. O custo acumulado da formação dos cães é aproximadamente 18.500€, valor que não contempla os custos de manutenção, alimentação e saúde do animal, entre outros.

Disponíveis para pessoas com diferentes níveis de visão, estes cães são treinados com reforço positivo e liderança, formando parcerias duradouras que promovem independência e apoiam a mobilidade ao longo de oito a dez anos de serviço. O treino inclui avaliações, treinos intensivos com o cão e o utilizador, orientações no ambiente local e suporte contínuo ao longo da vida útil do cão-guia.

Entende-se que os cães-guia devem ser tranquilos, bem-comportados, não agressivos e limpos em todos os momentos. Apesar dos desafios diários, os cães-guia apreciam seu trabalho e as recompensas do amor e companhia que recebem de seus companheiros com deficiência visual. Um cão-guia não está sempre “em serviço”. Quando a sua coleira é removida, o cão entende que pode relaxar e brincar como qualquer animal de estimação da família.

No entanto, para assegurar a segurança do utilizador, nunca se deve distrair um cão-guia quando este se encontra em serviço.

Cautelas gerais incluem:

  • Não dar festas a um cão-guia enquanto estiver com a coleira, mesmo que esteja sentado ou deitado.
  • Conversar com o manejador, não com o cão-guia.
  • Não assobiar para um cão-guia ou distraí-lo intencionalmente do trabalho.
  • Não oferecer comida.
  • Manter seu próprio cão na coleira, longe do cão-guia e sob controle efetivo.

Leitores e Amplificadores de Ecrã

Saiba de que modo pode uma pessoa com deficiência visual ler e navegar digitalmente graças aos leitores e amplificadores de ecrã. Levantam-se ainda exemplos de calculadoras acessivéis.

Leitores de ecrã

Os leitores de ecrã são softwares projetados principalmente para pessoas com deficiência visual, facilitando a sua interação com o telemóvel ou com o computador por meio de uma voz sintética ou de uma linha de Braille. Estes programas percorrem textos e imagens no ecrã, narrando em voz alta o conteúdo em tela, bem como as operações realizadas com as teclas e comandos digitados.

A navegação através de leitores de ecrã ocorre principalmente de três maneiras: lendo toda a página com as setas, lendo os links com a tecla Tab e lendo os cabeçalhos com a tecla H.  Permitem que o utilizador se oriente pela estrutura da página e compreenda hierarquicamente a informação apresentada. 

Para garantir uma experiência eficaz, tanto o design quanto o código da página web devem ser preparados para quem poderá utilizar os leitores de ecrã. Uma organização inadequada, como cabeçalhos quebrados, pode causar confusão e dificultar a compreensão do conteúdo. 

Alguns dos leitores de ecrã mais comuns incluem: 

– Jaws: leitor de ecrã pago para Windows 

– Virtual Vision: leitor de ecrã pago para Windows 

– NVDA: leitor de ecrã gratuito para Windows 

– Window-Eyes: software pago para Windows 

– Orca: leitor de ecrã gratuito para Linux 

– VoiceOver: leitor de ecrã para iOS, integrado nos dispositivos da Apple. 

Amplificadores de ecrã

Por outro lado, os ampliadores de ecrã são dispositivos digitais essenciais para pessoas com baixa visão, permitindo aumentar o tamanho de imagens, livros e documentos. Estas ferramentas desempenham um papel crucial na adaptação, proporcionando autonomia e conforto. Embora ampliadores óticos comuns, como as lupas, sejam portáteis e de baixo custo, a sua capacidade de ampliação é limitada. Por isso, os ampliadores eletrónicos oferecem maior flexibilidade, ajuste e capacidade de ampliação, e podem ser tanto portáteis como de mesa. Além disso, sistemas operativos com opções de acessibilidade e programas específicos permitem maior flexibilidade na configuração de graus de ampliação, de cor e de contraste, bem como várias opções de navegação. 

Calculadoras acessiveis

No contexto académico, também as calculadoras científicas podem ser acessíveis, adaptadas de modo a facilitar o seu uso por parte de pessoas cegas ou com baixa visão.

Existem diversas opções, como calculadoras científicas falantes, blocos de notas eletrónicos portáteis com funções avançadas de matemática e softwares que oferecem acesso auditivo a aplicativos de calculadora científica. A escolha depende das necessidades específicas do estudante. Para além da Orion TI-30XS MultiView Talking Scientific Calculator, há softwares, como o Audio Graphing Calculator, que permite acesso sonoro a gráficos. Estas ferramentas visam tornar a matemática mais acessível, sendo importante considerar as características individuais ao fazer a escolha.

Óculos & ColorADD

Saiba como os vários contextos culturais, digitais e educativos podem traduzir elementos visuais em audiodescrição.

O daltonismo é a incapacidade ou redução na capacidade de perceber ou distinguir cores em condições normais de iluminação. A visão de uma pessoa com daltonismo é comumente referida como “cegueira para cores” ou “deficiência de visão das cores”. Enquanto uma pessoa com visão normal pode identificar e distinguir aproximadamente 150 tons de cores diferentes, a capacidade de um daltónico é menor, já que possui menos opções para criar misturas de cores.  

Ainda não há cura para o daltonismo, porém já existem algumas formas de proporcionar uma qualidade de vida melhor a que é portador desta doença. Destaca-se, por exemplo: 

Óculos para daltonismo 

Os óculos para daltonismo são equipados com lentes de coloração especial, projetados para auxiliar pessoas com deficiência na perceção das cores a verem-nas de uma maneira mais precisa. Proporcionam uma hipótese de visualizar as cores com uma maior precisão, ampliando o espetro de cores percebido por quem os utiliza. Estes óculos têm diversas aplicações no quotidiano, como ajudar na seleção e combinação de cores e padrões em roupas, minimizando o risco de escolhas incompatíveis.  

 

ColorAdd 

O ColorADD é uma linguagem única e universal, projetada para ser inclusiva e não discriminatória, possibilitando que pessoas daltónicas identifiquem cores em diversas situações, sendo que a cor é crucial para identificação, orientação ou escolha. Foi desenvolvido com base nas três cores primárias (azul, amarelo e vermelho), utiliza símbolos gráficos para representar essas cores. Com um espectro de aplicação infinito em empresas e entidades, o ColorADD visa atender às necessidades de aproximadamente 8% dos homens e 1 em cada 200 mulheres afetadas pelo daltonismo, totalizando cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. O código inclui símbolos para preto e branco, facilitando a identificação de tonalidades escuras e claras, respetivamente.  

Mobilidade Urbana

Saiba de que modo podem os espaços públicos e citadinos assegurar uma mobilidade acessível para pessoas com deficiência visual. Desde pisos táteis em passadeiras a semáforos sonoros, há várias formas de evitar os obstáculos que dificultam a navegação de pessoas cegas ou com baixa visão.

Obstáculos nos Passeios e Limitações da Bengala 

Certos obstáculos são verdadeiramente perigosos, mas, em geral, fazem parte da rotina diária dos peões com deficiência visual, sendo que desenvolvem habilidades para contorná-los. Alguns desses obstáculos funcionam como referências úteis, ajudando a pessoa a se orientar. No entanto, é inegável que existem locais perigosos, como andaimes, buracos no passeio indicados apenas por fitas vermelhas e brancas, e prédios com varandas no primeiro andar. Além disso, há obstáculos que poderiam ser facilmente evitados, como não estacionar em calçadas e recolher os dejetos dos cães de estimação.

A bengala é capaz de detetar obstáculos no chão e um pouco acima. Ao caminhar pela rua com uma bengala, há o risco de colidir com objetos elevados, como toldos, ramos de árvores, sinais de trânsito, cordas de roupa, etc. É responsabilidade das câmaras municipais e outras entidades garantir a ausência de objetos ao nível da cabeça, evitando colisões para pessoas com deficiência visual e peões distraídos. Importante ressaltar que um obstáculo pode servir como ponto de referência; portanto, não é incomum ver uma pessoa com bengala procurar por um poste ou semáforo, pois esses pontos podem auxiliar na localização de uma passadeira ou paragem de autocarro. 

 

Pisos Táteis 

Pisos táteis são aplicações em relevo no pavimento projetadas para orientar e proporcionar segurança a pessoas cegas ou com baixa visão. Em espaços amplos, como estações de comboio ou extensas áreas públicas, a navegação pode ser desafiadora para uma pessoa com deficiência visual. A falta de pontos de referência e o elevado ruído ambiente contribuem para a desorientação e aumentam a ansiedade. 

Esse sistema de orientação consiste em linhas em relevo posicionadas na direção do movimento, indicando o caminho seguro até o destino. O piso tátil gera uma sensação nos pés, o que é suficiente para informar a pessoa de que está no caminho correto e seguro. O uso da bengala reforça essa indicação por meio do toque e produz som quando em contato com a superfície.  

As linhas direcionais podem ser aplicadas individualmente ou em placas, sendo ideal que apresentem uma cor contrastante com o pavimento existente para facilitar a identificação. Essa abordagem visa proporcionar uma experiência mais segura e inclusiva para aqueles com deficiência visual em ambientes urbanos. 

 

Semáforos   

O semáforo sonoro é um dispositivo instalado em cruzamentos para ajudar na travessia de pessoas com deficiência visual e dificuldades de locomoção. Ao pressionar um botão por cerca de três segundos, o peão ativa sinais sonoros que indicam a abertura e o fecho do semáforo. O tempo de travessia pode ser prolongado com um cartão específico.  

No Brasil, a regulamentação é definida pelo Contran, e o Ministério dos Transportes propôs atualizações para inclusão no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. A instalação depende de critérios técnicos e é destinada a beneficiar deficientes visuais e pessoas com dificuldades de locomoção. Outras tecnologias, como câmaras nos semáforos, também estão a ser implementadas para melhorar a mobilidade urbana.  Relativamente a Portugal, é necessário um aprimoramento no que diz respeito à mobilidade acessível, começando pela implementação de mais semáforos sonoros e horários de autocarros em braille, especialmente nas áreas metropolitanas. 

 

Escadas Rolantes 

As pessoas com deficiência visual muitas vezes optam por usar escadas rolantes, pois estas são mais fáceis de perceber em termos de início e fim, além de terem corrimãos de ambos lados. Infelizmente, o mesmo não se aplica às escadas convencionais, onde pode ser desafiador avaliar as dimensões dos degraus, encontrar o corrimão ou até mesmo perceber a existência da escada. Portanto, se vir uma pessoa com deficiência visual que se aproxima de uma escada rolante, é importante não assumir automaticamente a necessidade de assistência física, como agarrar seu braço, ou de alertas verbais como “cuidado!”. Respeitar a autonomia e independência das pessoas com deficiência visual é fundamental. 

 

Braille na Sinalética: 

Ao desenvolver estas recomendações de boas práticas, assume-se que o principal objetivo da sinalização é comunicar informações sobre um determinado espaço a quem o utiliza. Ao projetar um sistema de sinalização, é crucial lembrar que o individuo não está familiarizado com o ambiente onde a sinalização está instalada, nem sabe exatamente onde os sinais estão localizados. 

Propõe-se, portanto, uma abordagem abrangente para a sinalização, visando torná-la acessível a todos. Os espaços públicos devem dispor de sinais com informações visuais e táteis, além de sistemas de informação sonora. No que diz respeito à informação tátil, as recomendações podem ser um pouco mais rígidas, devido às dimensões fixas do Braille e aos tamanhos específicos para letras em alto-relevo. No entanto, em relação às letras convencionais, procuramos que estas garantam legibilidade, ao mesmo tempo oferecer espaço para a expressão criativa. 

Um designer que siga as estas recomendações e boas práticas será capaz de criar um sistema de sinalização legível e compreensível, facilitando a navegação dos usuários em espaços públicos. Isso, por sua vez, contribuirá para tornar o ambiente mais acessível e o serviço mais inclusivo. 

 

Avaliação da Acessibilidade pela ACAPO: 

Certamente, a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) dispõe de profissionais especializados capazes de avaliar a acessibilidade de locais, informações escritas, websites e sistemas de informática. Além disso, oferece um treino especializado para aprimorar o atendimento a clientes ou usuários com deficiência visual. Para obter mais detalhes, pode optar por contactar a associação.

Desporto Adaptado

Conheça como se pode adaptar o exercício físico para pessoas com deficiência visual.

Aulas de ginástica

Para tornar as aulas de exercício físico ou modalidades de desporto mais acessíveis para jovens e estudantes com deficiência visual, os educadores e treinadores podem adotar diversas estratégias.  

Adaptar atividades, desacelerar jogos e incluir pausas adicionais são práticas importantes para garantir uma aprendizagem eficaz. É fundamental considerar a saúde e segurança dos alunos e realizar avaliações de risco com cada atividade.  

Para a melhor orientação no espaço, pode-se facilitar a participação dos alunos com cordas de orientação, marcadores táteis, ou ainda fita listrada preta e amarela. Estes permitem delinear pistas e campos, contribuindo para uma melhor orientação do atleta.  

Além disso, a presença de “buddies” (assistentes de apoio ou colegas dispostos) é recomendada para proporcionar orientação e apoio durante as atividades, evitando a dependência total no treinador. 

Para instruções complexas, é possível incorporar tecnologia assistiva, como software de reconhecimento de fala. As instruções podem também ser fornecidas aos alunos antes da aula em formato MP3, ou impresso em letras grandes. Canetas falantes e pontos programáveis podem também ser úteis para percorrer percursos como o de corta-mato. 

Já o uso de equipamentos sonoros, como bolas com guizos, têm tornado certas modalidades mais acessíveis.  

Goalball

Um exemplo de desporto inclusivo para alunos com deficiência visual é o Goalball, um jogo coletivo praticado por atletas com deficiência visual. Introduzido na Europa em 1946 para reabilitar soldados cegos após a Segunda Guerra Mundial, o Goalball tornou-se um desporto paraolímpico. Disputado por equipas de três jogadores cada, todos vendados, Goalball tem como objetivo marcar mais golos que a equipa adversária. A bola contém guizos para ser ouvida, e o jogo depende dos sentidos de audição e tato. O Goalball promove a inclusão e é adequado para aulas de desporto inclusivas, proporcionando uma experiência desafiadora e única para todos os participantes. 

Exposição com sinalética a indicar a venda e bola com sino para o desporto Goalball
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